sexta-feira, 1 de novembro de 2013

João Evangelista Gonçalves



CADÊ O QUEIJINHO? João Evangelista Gonçalves, o “Queijinho”, era uma figura das mais queridas e populares de Pirassununga. Herdou o apelido do avô e do pai que, no passado, faziam e vendiam deliciosos queijos caseiros.

Sua mãe, Dona Benedita, era lavadeira. “Queijinho” trabalhou vinte e dois anos na Máquina de Arroz e Debulhadeira de Milho Levy, no bairro da Raia, uma das mais conceituadas no beneficiamento de arroz da cidade.

A família Levy sempre o tratou como filho. Todos tinham um carinho muito especial por ele. Quase todos os dias, “Queijinho” chamava a atenção de todos ao cruzar a cidade puxando galhos pelas ruas e avenidas. Onde quer que os encontrassem, conseguia arrastá-los dezenas de quilômetros para depositá-los nas imediações do trevo principal da Rodovia Anhanguera. TEM UM REAL? Além de arrastar galhos, “Queijinho” tinha também a mania de passar todos os dias pelos mesmos lugares: mercadinhos, quitandas, bares, lanchonetes, lojas, estacionamentos, farmácias, oficinas, açougues... Esse encontro diário também passou a fazer parte do dia a dia das pessoas que o acolhiam.

Quando se atrasava ou deixava de passar por um daqueles locais para “bater o cartão”, as pessoas se perguntavam: “Cadê o ‘Queijinho’ que até agora não veio?”. E quando chegava, ao ver os amigos, logo mandava: “Tem um real?“ No início pedia moedinhas. Depois, como as pessoas só lhe ofereciam moedinhas de cinco e dez centavos, “Queijinho” decidiu estipular um teto: R$ 1,00. Nada mais, nada menos! CADÊ O QUEIJINHO? De repente, num belo dia de verão, todos estranharam sua ausência.

Entretanto, ninguém poderia imaginar que, a partir daquela data “Queijinho” nunca mais passaria pela vida e pelo coração daquelas pessoas que aprenderam a admirá-lo, amá-lo e respeitá-lo. Naquele dia, “Queijinho” fora estupidamente atropelado nas proximidades da rotatória da avenida Prudente de Moraes, na saída para Cachoeira de Emas. E, para a tristeza de todos, três ou quatro dias após o lamentável ocorrido, em 24 de fevereiro de 2011, “Queijinho” viria a falecer aos 61 anos. Solteiro e aposentado, João Evangelista Gonçalves deixou os irmãos Abel, Elza, Suzana e Durvalina, filhos de Osvaldo e Benedita Tückmantel Gonçalves, ambos falecidos. “Queijinho” residia na Vila Santa Terezinha.

HOMENAGEM EM VIDA No ano de 2010, na abertura do carnaval da cidade, na praça Conselheiro Antonio Prado, “Queijinho” recebeu as homenagens e o carinho da Prefeitura Municipal. Ao lado de seus familiares, ficou muito feliz e emocionado ao ganhar um troféu e muitos aplausos. Naquele dia “Queijinho” passou a integrar a “Galeria de Bonecões do Carnaval de Rua da Terra Curimbatá”, que reúne figuras queridas e emblemáticas, de ontem e de hoje, ligadas a nossa cultura popular. Roberto Bragagnollo Foto: Edison Sidnei Vick


1 comentários:

Anônimo disse...

🙏🏻🙏🏻🙏🏻

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