quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Importância da Imigração Alemã no Brasil

A Importância da Imigração Alemã no Brasil

Algumas semanas atrás tratou-se intensamente na mídia nacional (TV aberta) sobre o assunto “100 anos de Imigração Japonesa no Brasil”, o que eu considero um fato muito importante para a História e Desenvolvimento brasileiro, mais um contraste deste imenso país.
Na Rede Globo foram exibidos diariamente, durante uma semana, detalhes da saga dos Imigrantes Nipônicos, com artigos especiais no Jornal Nacional, foi exibido um programa especial sobre o Japão no Globo Repórter. No Jornal da Globo tratou-se, entre outros temas sobre os Japoneses, de Industriários de origem nipônica, como o dono da fábrica de Pulverizadores Jacto de Pompéia – SP, que tiveram grande sucesso, contribuindo ao desenvolvimento nacional.
Na Band foi mostrado um filme sobre duas irmãs japonesas que se separaram devido a imigração ainda pequenas, e assim por diante, achei muito interessante esta valorização.
Eu assino as Revistas Aventuras na História e Super Interessante, da Editora Abril, e nas edições mensais deste ano vem uma página em agradecimento aos 100 anos de Imigração Japonesa no Brasil.
Agora exponho minhas questões:
Por que não se abordou com o mesmo grau de importância os 180 anos de Imigração Alemã no Brasil, comemorados em 2004?
Fora exibido apenas um curto documentário, exibido pela RBS TV (transmissora da Rede Globo para Região Sul) após o Tele-Domingo, ou seja, depois da meia noite de domingo.
Será que a Explicação a este esquecimento se deve ao fato da mídia concentrar foco apenas nos acontecimentos e história do eixo Rio-SP? Onde há grandiosa concentração de Japoneses e Italianos, e um número pouco expressivo de alemães, diferentemente da região Sul.
Seriam bairrismos contra sulistas?
Seria atribuição dos nossos ancestrais aos eventos ocorridos na Segunda Guerra Mundial? Não poderia ser, pois Japoneses e Italianos estiveram do mesmo lado dos Alemães.
180 anos são praticamente 02 séculos de História, e mesmo depois de tanto tempo, a cultura continua viva, o idioma continua sendo passado de pai para filho, a culinária, as danças típicas, as grandiosas e animadas festas (na minha região temos a Oktoberfest em Santa Rosa e Dr Maurício Cardoso, em Crissiumal temos a Prostfest, na minha cidade natal tínhamos a Blumenfest...).
Os alemães foram o primeiro grupo de imigrantes a colonizar o Brasil com objetivo de aqui evoluírem, não vieram como exploradores e não vieram escravizados como nossos irmãos dos diversos países Africanos.
Os alemães tiveram grande admiração por parte do Imperador (D. Pedro I), por serem disciplinados, trabalhadores, honestos, entre outros fatores que tiveram sua preferência, porém nossa saga, digo dos nossos ancestrais não é nem um pouco divulgada ou simplesmente lembrada.
Cito empreendedores de origem alemã como Gerdau (maior multinacional brasileira, com grande número de fábricas de Aço nos EUA), a antiga SLC (Schneider, Logemann e Cia) fabricante da primeira colheitadeira de grãos (soja, milho, trigo, arroz...) brasileira, consagrando Horizontina como a capital nacional da colheita mecanizada, a IDEAL da família Gelbhaar de Santa Rosa (também fábrica de Colheitadeiras), Eickhoff e Fankhauser fabricantes de plantadeiras, antiga fábrica de tratores Müller, as Indústrias de Couro e Calçadistas do Vale dos Sinos no RS, cidades do noroeste Gaúcho, colonizadas em sua maioria por alemães, responsáveis pela produção leiteira e de suínos do Estado, o Pastor Luterano Teuto-Americano Lehenbauer que trouxe as primeiras sementes de soja para Santa Rosa, de onde a cultura foi difundida, tornando-se hoje o produto agrícola mais produzido no Brasil, importantíssimo para a economia Nacional, temos ainda Kohlbach, Renner, WEG, Schulz, VARIG... Ainda temos Indústrais de capital alemão, como Stihl, Thyssen Krupp, Siemens Voith, Volkswagen, Mercedes-Benz, Motores MWM... a Alemanha é um dos países que mais possui investimentos no Brasil.
Não me lembro do presidente ou chanceler alemão ter feito visita oficial única e exclusivamente devido a comemoração dos 180 anos em 2004, diferentemente do que ocorrera com os 100 anos da Imigração Japonesa, que trouxe o Príncipe Japonês.
Eu acho que cabe a nós reavivarmos a cultura germânica no Brasil, ou simplesmente fazer com que ela seja valorizada tanto quanto as outras.

André Luís Hammann

Texto arquivado em meus dados pessoais, não recordando o site ou mensagem recebida.


2 comentários:

ceres marcuniak schutz disse...

Acho que os sulistas são diversas vezes discrimonados pelo eixo Rio-SP, e esta foi mais uma dessas vezes. Os alemães trouxeram seu suor para o RS e ajudaram a construir um grande estado, assim como as demais etnias que para cá vieram.

Júlio Lang disse...

Olá!
Gostei muito do texto acima!
Criei um blog (juliolang.blogspot.com.br) com esta finalidade!
Nós devemos valorizar a cultura de nossos ancestrais, porque caso esperarmos que outros o façam, estaremos condenados a extinção da nobre cultura teuto-brasileira.
Quanto a Segunda Guerra, temos de destacar o que realmente aconteceu às pessoas que desconhecem este fato, os teuto-brasileiros não tem culpa no conflito, já que a maioria já estava estabelecida em plagas brasileiras antes de 1939 e não apoiou o nazismo.
Abraço!

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